quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

ÁGUA RASA E LEITE DE MAMADEIRA
Logo abaixo reproduzo um texto publicado em 1999 (Dez anos atrás) pela revista Ultimato, ao qual faço coro e que serve de alerta para todos nós...

"Estamos defronte de um grande perigo. Se não tomarmos em tempo as medidas necessárias, vamos sofrer muito. O perigo é mais ou menos visível, mas nem todos enxergam. O mal que nos ameaça decorre da superficialidade da nossa conversão e da nossa profissão de fé. É tudo tênue demais. Não há comprometimento sério nem duradouro com Jesus Cristo. Não há mudança de vida. Damos razão ao jornalista e escritor americano Ambrose Bierce quando, em seu O DICIONÁRIO DO DIABO, define o cristão como alguém que segue os ensinamentos de Cristo, desde que não atrapalhem uma vida de pecados. Somos uma multidão de eufóricos, contentes com o crescimento numérico e pouco exigentes com o crescimento espiritual. Uma multidão em festa, que canta, que dança, que depende demais de sinais e maravilhas, que ora, que troca o dízimo por bençãos, que tenta tirar frutos bons da árvore má. Mas não lêe regularmente as Escrituras, não confessa pecados, não renuncia hábitos pecaminosos, não se santifica nem armazena doutrina e esperança. Estamos dentro de uma crise semelhante à de Israel na época do profeta Isaías - muito culto e pouca conversão (Is 1.10-17).

O perigo que está diante de nós é o perigo do parto pela metade. Começamos a nascer de novo mas não acabamos. Fomos atraídos para o evangelho mas não o aceitamos por inteiro. Buscamos o Senhor por causa do pão e não por causa dele mesmo (Jo 6.27). Não queremos ouvir coisas pesadas, não queremos ler, não queremos pensar, não queremos estudar as Escrituras, não queremos investigar, não queremos mergulhar no evangelho das insondáveis riquezas de Cristo (Ef 3.8).

Queremos apenas sentir o evangelho, nadar em água rasa e beber leite de mamadeira.

O perigo que nos ameaça é o perigo da casa vazia. É Jesus quem chama a nossa atenção para esse desastre iminente e de grandes proporções. Ele disse que quando alguém recebe a graça de ser liberto de um espírito imundo, deve encher o vazio deixado para não haver a mínima possibilidade de o espírito imundo voltar, trazendo em sua companhia outros sete espíritos piores que ele, agravando em muito a situação anterior daquela pessoa. O Senhor termina o seu recado com as soleníssimas palavras: Eis o que vais acontecer com esta geração má (Mt 12.43-47).

Imagine o que acontecerá a essa multidão em festa que se libertou do espírito imundo e não seguiu adiante, deixando a antiga habitação vazia, limpa e arrumada! Essa situação de vitória pela metade atraia não apenas o demônio que de lá saiu, mas muitos outros, tornando muito pior o estado anterior. Aqueles que tem conhecido o Senhor e Salvador Jesus Cristo e que escaparam das forças destridoras do mundo, mas depois foram agarrados e dominados por elas, ficam no fim em pior situação do que no começo (2 Pe 2.20).

Não podemos permitir que tamanha tragédia ocorra na igreja brasileira. Para tanto é preciso pregar e viver o evangelho todo, o evangelho do arrependimento, o evangelho da porta estreita, o evangelho da renúncia, o evangelho da obediência, o evangelho da continuidade, o evangelho eterno!"

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