domingo, 18 de abril de 2010

REGRAS E LEIS



A palavra lei vem do verbo latino ligare, o qual significa “aquilo que liga”, ou legere, que significa “aquilo que se lê”. Mas o que é a lei? Tomás de Aquino define lei como "uma determinação da razão em vista do bem comum, promulgada por quem tem o encargo da comunidade". Princípios como a justiça e o respeito ao próximo são bases da sociedade e convivência social, e as mesmas são expressas através de leis que refletem os valores de uma comunidade visando o bem estar de cada indivíduo.

UMA DETERMINAÇÃO – aqui não há nenhum pedido ou um mero conselho, mas sim uma ordem à espera de obediência; DA RAZÃO – originária no bom senso, não arbitrária ou temperada por caprichos pessoais; EM VISTA DO BEM COMUM – a noção da preservação dos direitos e deveres coletivos, passando pelo indivíduo, devem ser o cerne das leis; PROMULGADA – etapa de um processo legislativo que atesta oficialmente a existência desta lei e confere para a mesma necessidade de execução; POR QUEM TEM O ENCARGO DA COMUNIDADE – a autoridade de quem promulga a lei é quem garantirá a inclinação dos demais em obedece-la, definindo isso, podemos melhor compreender os tipos existentes de leis.

Não seria incorreto analisar os conjuntos de leis vigentes e dizer que as leis podem ser assim divididas: lei divina e lei humana. LEI DIVINA – promulgada diretamente por Deus, trata-se de leis eternas que regem toda a criação, os elementos da física, as ciências naturais, a harmonia desde as galáxias em expansão até as menores partículas da matéria, passando também pelo homem; LEI HUMANA – ratificadas pelo homem, em subordinação a Deus ou não, tais leis podem ser ecos da vontade divina formando leis eclesiásticas ou leis civis temporais que desbotam com o tempo, baseadas na moral de sua época, como a áspera lei de talião ou a libidinosa lei da prima nocte.

Temos visto no decorrer deste estudo que cremos num Deus pessoal que deseja estreitar seu relacionamento com sua criação, revelando-se gradativamente através dos milênios da história humana; cremos que o fiel cumprimento das leis divinas aproxima o homem dos desígnios celestiais, ao mesmo tempo em que, é correto também afirmar que a fria observância de regras apenas mecaniza o sagrado; existe um ponto de equilíbrio, onde o amor deve ser nosso legislador, e foi desta forma que Jesus primeiro cumpriu a lei divina e humana, promulgando depois mandamento eterno: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. (...) Ame o seu próximo como a si mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.

Quando Jesus foi questionado por um jovem, que era praticante das leis sagradas e desejava ser salvo, o bom mestre o incitou a seguir os mandamentos, e vendo seu zelo pessoal o amou, e disse: “Falta-lhe uma coisa, (...) vá, venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois venha e siga-me”.

Deus é amor e sem amor é impossível termos comunhão com ele, e não existe qualquer lei que possa revogar isto.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

INFORMAÇÃO

Irei gradativamente desativar este blog. Agora posto no meu outro blog: NOS GALHOS SECOS.

Abraços.

Clay Ventura

A Bíblia e o Pensamento Cristão

O pesquisador canadense Hans Selye é autor da célebre frase: "quem não sabe o que procura não entende o que encontra". Infelizmente hoje vemos homens tropeçando nas ruas em barras de ouro pensando que elas não passam de meros tijolos; para distinguir singular tesouro entre entulhos é preciso garimpar na aluvião de nosso próprio pensamento, separando na bateia da razão paradigmas de evidências.

Não basta ter a Bíblia na mente, é preciso ter a mente no estudo da Bíblia: "Ora, os crentes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica, pois receberam a Palavra com grande interesse, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim".

Alguns dizem que a fé é cega, mas pode um cego conduzir outro cego? Não cairão os dois em alguma cova? A fé de muitos tem desmoronado junto com sua própria vida devido à cegueira, a falta de visão de ambos, é fato que o povo perece por falta de entendimento. A sabedoria grita pelas ruas e levanta a voz nas praças. Aqui vemos o desejo do Deus que é pessoal de se revelar ao homem, procurando os “Adões” de hoje como Ele fazia no Éden na viração do dia. A Bíblia possui a revelação de Deus aos homens, é o farol que brilha na escuridão da noite entre rochedos, apontando divino escape à humanidade decaída; a Bíblia é a única fonte primária e autorizada da teologia cristã, regra de fé e prática de um Deus pessoal que revela a si mesmo. “A revelação é a auto-revelação de Deus em seus desígnios redentores: uma manifestação dirigida para pessoas criadas segundo sua própria imagem”.

O correto estudo das Escrituras destrói paradigmas e constrói o verdadeiro conhecimento cristão. A teologia é uma ciência, a mais destacada de todas, e como ciência possui ferramentas de investigação que ajudam a clarificar o pensamento humano concernente ao sagrado; é preciso sistematizar tal estudo para melhor obtenção dos resultados mais nobres.

Embora muito mais complexo do que aqui é descrito, é correto afirmar que todo pensamento teológico nasce da necessidade humana de esclarecer três pontos cruciais em nossa mente:
1- De onde eu vim?
2- Qual o propósito desta vinda?
3- Para onde iremos?

Assim é desenvolvido o pensamento teológico: impulsionado pelo desejo humano de respostas e atraído pelo desejo de auto-revelação do sagrado. O propósito que motiva ambas as partes não é outro senão a construção de um relacionamento entre Criador e criação, uma comunhão perene possível após haver a nossa compreensão e cumprimento fiel dos projetos divinos, sempre lembrando que somente pela Graça somos salvos. Aqui falamos da teologia cristã, principal foco de nosso estudo. O aparente cisma entre o saber científico e o saber teológico para mim não existe, pois até mesmo para responder a primeira pergunta aqui apresentada, “De onde viemos?”, independente de quem tente responde-la, será apresentada sempre uma resposta teológica. Esta interação entre estes dois campos do saber prossegue quando para dar continuidade ao pensamento teológico somos equipados com os métodos científicos. Com tais ferramentas são estudadas as evidências do sagrado através da observação humana, gerando assim hipóteses, que passam pelo crivo do questionamento até consolidarem-se finalmente em conclusões que serão apresentadas no meio acadêmico. É fundamental que outros tenham o mesmo acesso a este conhecimento, por isso o valor de sistematizar a teologia, para universalizar o trânsito das idéias e revelações.

Na prática, tanto empenho de gerações por milênios, de Paulo a Agostinho, de Jacobus Arminius a Jonh Weslley, não foi outro senão recolher em seus limitados vasos às gotas da sagrada revelação, deixando decantar em sua própria mente toda influência humana, a fim de dar de beber em seguida aos sedentos a límpida e cristalina verdade que goteja do céu e é capaz de regar nossos corações.

O que devemos fazer é respeitosamente retirar nossas sandálias dos pés e caminhar neste estudo do sagrado, sem jamais deixar de andar com Deus, pois a letra solitária apenas mata, porém, de mãos dadas com a divina presença do Senhor e sua revelação, torna-se fonte de vida. Uma das mais acentuadas evidências que apontam para o Autor da Bíblia é que diferente de outras leituras, suas letras ganham vida e saltam das páginas, escrevendo novas histórias na vida das pessoas que a lêem, despertando em homens e mulheres um caráter sadio e uma influência santa.

Que tenhamos na alma o sincero desejo de Jonh Wesley: “Quero conhecer uma coisa: o caminho para o céu... O próprio Deus dignou-se a ensinar o caminho... Ele o escreveu em um livro. Oh, dá-me esse livro! A qualquer preço, dá-me o livro de Deus!”